Cada episódio hemorrágico deve ser tratado prontamente através de uma infusão intravenosa do factor da coagulação em falta. Uma vez que a hemorragia tenha parado, a dor diminui rapidamente e o membro afectado retoma a sua função normal. O tratamento é administrado na forma de uma injecção intravenosa, constituída por um pó branco liofilizado que se mistura com a água destilada fornecida com o factor.
Tratamento da Hemofilia
Os Factores VIII e IX utilizados para o tratamento das hemofilias A e B, respectivamente, podem ser “produtos derivados do plasma humano” ou “produtos recombinantes”. Os produtos recombinantes usados em Portugal e na grande maioria dos países são produzidos através de bancos de células com ADN recombinado.
Nunca é demais realçar que uma pessoa com hemofilia tem de ter acesso ao tratamento logo que se inicie uma hemorragia, pois previne crises adicionais, dor e mais importante, reduz a probabilidade de danos permanentes nas articulações (articulações alvo).
Cirurgia
Todos os procedimentos cirúrgicos, incluindo as extracções dentárias e as obturações, necessitam de tratamento profiláctico e possivelmente tratamento adicional durante 1-6 dias depois da intervenção. Isto deve ser programado com o Centro de Tratamento.
Tratamento Domiciliário
O tratamento domiciliário é o método ideal de tratamento, uma vez que é reduzido ao mínimo o tempo entre o reconhecimento de uma hemorragia e o seu tratamento, apresentando assim muitas vantagens: reduz a perturbação causada pelo episódio hemorrágico na pessoa com hemofilia e na sua família e o paciente sente-se mais capaz de controlar o seu distúrbio.
Os benefícios do tratamento domiciliário não incluem só um aumento na independência ou um bónus de não ter de se deslocar ao hospital a qualquer hora para fazer tratamento, mas também uma maior e mais regular assiduidade escolar e laboral e a participação em actividades sociais fica mais facilitada. Se as hemorragias forem tratadas atempadamente, o período de incapacidade causado por cada episódio é normalmente reduzido.
Em adultos e adolescentes, este procedimento é normalmente realizado pela pessoa afectada. Em crianças mais pequenas os pais são sensibilizados e ensinados a participar, de forma a tornarem-se gradualmente autónomos. No caso dos bebés pode ser colocado um dispositivo para facilitar o acesso venoso, quando as veias são difíceis de encontrar.